terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

CAMPANHA POLÍTICA DE 1988 EM ROLÂNDIA

PERAZOLO - O POBRE
A campanha vitoriosa de José Perazolo em 1988 era tão pobre que os  músicos eram duplas sertanejas
em início de carreira (apenas a dupla e as violas). A iluminação do palco (um velho FNM) era feita de lâmpadas incandescentes penduradas nas orelhas dos candidatos. As propagandas dos candidatos eram feitas em faixas de pano escritas pelo falecido Pupi. Do lado de lá o nosso adversário contratou  Ronnie Von, Sidnei Magal e Trio los Angeles....Apesar dos pesares vencemos. Foi a luta de Davi contra Golias e do tostão contra o milhão. Perazolo sempre falava: "Pegue o que puder e vote em quem quiser" ...."o voto não se compra se conquista". A musica tema da campanha era "Pra não dizer que não falei de Flores de Geraldo Vandré. TEXTO e  FOTO de  JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

CADÊ O CONSELHO MUNICIPAL DO TURISMO e CULTURA DE ROLÂNDIA?

SUMIRAM?

Na questão do Hotel Rolândia trabalhei sozinho. Inicialmente produzi dois vídeos no Youtube e depois ingressei com uma ação popular. E passados quase um mês os Conselhos de Turismo e Cultura não deram ainda o "ar da sua graça". E ainda dizem que Rolândia é uma cidade de gente culta....

JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ROLÂNDIA - MÃO ÚNICA GERA POLÊMICA

ABAIXO-ASSINADO NA PREFEITURA
O Sr. Milton Luiz dos Santos pediu-me agora pouco para redigir um abaixo-assinado solicitando ao prefeito uma providencia contra um erro infantil do departamento competente da prefeitura. Em todas as cidades civilizadas do mundo as "mãos" são alternadas. Uma "sobe" a outra "desce". Aqui em Rolândia algum inteligente colocou duas juntas subindo. A Santos Dumont e a Manoel Carreira Bernardino. Precisou um portugues/brasileiro dos bons ensinar a este profisional como funciona nas cidades civilizadas. Da forma que está se alguém errar o endereço precisa andar uns 700 metros a mais para voltar. Quando a mão é colocada corretamente a pessoa anda a mais apenas 300 metros. Qualquer coisa a pessoa encarregada do setor pode dar uma voltinha em Londrina que lá funciona tudo certinho. TEXTO e FOTO de  JOSÉ CARLOS FARINA - ROLÂNDIA - PR.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Hotel Rolândia - relato de historiador

Relato de um historiador
 Pode-se definir patrimônio como aquilo que recebemos como HERANÇA dos nossos antepassados, fazendo parte de nossa estrutura interna, criando nossos valores e moldando nossas identidades. Desta forma, toda sociedade tem seus símbolos, monumentos e MEMÓRIAS, integrantes de um passado que ainda é visível e presente. Um dos deveres do PODER PÚBLICO e direito do cidadão é estabelecer políticas de conservação e preservação desses bens patrimoniais.

Estabelecer políticas de conservação e preservação do patrimônio é um desafio em áreas de colonização recente, como é o caso do Norte do Paraná. As memórias desses lugares, por serem muito imediatas, têm donos e porta-vozes, que não hesitam em apagar ou alterar traços se uma conjuntura qualquer se anuncia no horizonte.

Em toda área que pertenceu à Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), a memória e o patrimônio estão constantemente ameaçados. Poderíamos elencar bens nesta região que foram destruídos, mas um dos símbolos da ocupação do Norte do Paraná ESTÁ AMEAÇADO e ainda há TEMPO para que a comunidade se organize, aja e exija proteção. Trata-se do HOTEL ROLÂNDIA.

Construído em 1934 por Victor LARIONOV, o mesmo funcionário da Companhia de Terras que planejou a Avenida Higienópolis em Londrina, o Hotel Rolândia foi a PRIMEIRA edificação da pequena localidade que viria a ser o município do mesmo nome. Era o lugar onde refugiados do fascismo europeu, iMIGRANTES de diversas nacionalidades, comerciantes e aventureiros se hospedavam quando vinham para a região tentar a sorte. Também serviu de BASTÃO para a própria CTNP em seu processo de expansão a noroeste.

OCTOGENÁRIA, a construção em estilo alemão não tem valor econômico significativo, diferentemente de seu terreno, então há que se supor que a venda do Hotel Rolândia é UM RISCO para aquela edificação, que poderia cumprir DIVERSAS FUNÇÕES na comunidade, pois tem condições de uso, uma vez que foi bem cuidado ao longo desses anos.

Significados não faltam para justificar a proteção para uma velha construção em madeira, e elas são de expressão não apenas local, mas regional e estadual. SÍMBOLO emblemático do POVO DO PARANÁ, o hotel hospedou tantas nacionalidades que a cidade de Rolândia tornou-se a expressão mais cabal de uma sociedade multiétnica estabelecida no Sul do País. MARCO VISÍVEL DA MEMÓRIA, o Hotel Rolândia é um dos ÚLTIMOS remanescentes da fase de ocupação da região, o que lhe atribui um valor histórico que poderia ser explorado com FINS educacionais, culturais e turísticos.

Com esses sentidos tão profundos e com simbolismos tão inquietantes, é de se perguntar por que os PODERES PÚBLICO , seja municipal ou estadual, jAMAIS se interessaram em criar LEIS que protegessem esse bem material? Por que na iminência de ser vendido e subtraído da comunidade que inclusive originou, NENHUMA autoridade, representante do povo, dono da memória ou senhor do capital se prontificou a DEFENDER o Hotel Rolândia?

É nessa vacuidade que aos poucos a comunidade está sendo mobilizada. Reconhecendo-se naquela edificação, rolandienses e moradores da região se articulam para IMPEDIR a destruição de um bem que receberam de HERANÇA, documento de uma época que ainda hoje se faz presente na memória e na paisagem, além de ser parte constituinte da IDENTIDADE do Norte do Paraná.

MARCO ANTONIO NEVES SOARES é professor do departamento de História e coordenador do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade Estadual de Londrina

Marco Antonio Neves Soares

Folha de Londrina – 01-09-2010